26 de agosto de 2015

Rede social 'aprende' personalidade de usuário para continuar postando após sua morte

A ideia é continuar alimentando perfil com assuntos favoritos do usuário
Um novo site promete proporcionar aos usuários a "imortalidade digital" usando uma espécie de robô para analisar suas postagens.

A ideia da página, chamada Eter9, é que esse robô passe a postar na internet por você após sua morte.

Se sua atividade nas redes sociais consiste em falar sobre a cantora americana Taylor Swift e reclamar de empresas de transporte, isso significa que você pode passar a eternidade postando sobre esses assuntos.
Também poderá "sorrir" para postagens --algo similar ao botão curtir-- para sempre.

A rede social tem uma página principal, que funciona como o feed de notícias do Facebook, e um "córtex", que atua de forma parecida à de seu perfil na rede social de Mark Zuckerberg.

Há ainda robôs chamados "Niners". Assim, é possível manter seus níveis de engajamento por meio de interações entre os "Niners" e seu "espelho virtual", sem a necessidade de acionar um humano sequer.

Além disso, você pode conhecer seu "espelho virtual" antes de morrer: o usuário controla o nível de atividade de seu robô enquanto vivo, dando a ele a chance de postar na rede enquanto seu "original" está off-line.

Desenvolvido pelo português Henrique Jorge, o site já tem mais de 5.000 pessoas inscritas, embora ainda funcione em uma versão beta.

Jorge disse à BBC Newsbeat que, diante da entrada de novos usuários todos os dias, já planeja deixar o sistema mais potente.
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Estamos tentando criar um sistema-robô, que aprenderia mais rápido com outras redes, como o Facebook. No momento, a capacidade do Eter9 é bem pequena."
Novidade?
A ideia de criar um perfil de rede social que capta seu comportamento e continua a postar por você após a morte não é algo totalmente novo.

A questão é que muitos sites que prometem vida eterna enfrentam, eles mesmos, problemas de mortalidade.

Uma página chamada Virtual Eternity (Eternidade Virtual), criada em 2010, permitia treinar seu "espelho virtual" com testes de personalidade e fazer upload de voz e fotos para ele ter sobre o que falar. Mas acabou fechado dois anos depois –apenas 10 mil pessoas haviam se inscrito.

Não pense, porém, que a ideia de usar a inteligência artificial nas redes sociais está longe da realidade.

O Facebook tem três laboratórios de inteligência artificial e, em junho passado, Mark Zuckerberg revelou que essas divisões têm a meta de criar sistemas "que são melhores que os humanos em relação aos nossos sentidos primários: ver, escutar etc.".

A rede social já usa um software de reconhecimento facial que, segundo diz, acerta em 83% das vezes. E também anunciou ter um programa capaz de gerar imagens que humanos pensam ser reais em 40% dos momentos. Assustador, não?
Ideia fixa

Enquanto isso, o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussets), nos Estados Unidos, está tentando criar um software que proporcionaria aos usuários um outro tipo de imortalidade.

Chamado eterni.me, descreve-se da seguinte forma: "coleto seus pensamentos, histórias e memórias, organizo tudo isso e crio um avatar inteligente que se parece com você".

Atualmente em fase de testes privados, esse programa já tem muito mais inscritos do que o esperado: 29 mil pessoas.


E rede social após a morte é um assunto que continua a nos preocupar, já que o Facebook agora permite ao usuário apontar um "herdeiro", ou seja, alguém que poderá administrar seu perfil após sua morte. Antes, eles apenas congelavam a conta.

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