30 de setembro de 2016

CURIOSIDADES ELEITORAIS 2016

‘Exercite sua inteligência política votando em candidatos que defendam as causas populares e preparando-se para os dois turnos das eleições para prefeito/a, com coerência de valores e de projeto político.”
Por Fernando Altemeyer Jr.
O eleitorado brasileiro abrange cerca de 145 milhões de pessoas. São 5.570 municípios. Há 354.184 brasileiros aptos a votar no exterior quando de eleições presidenciais. Não votarão em 2016. Há 16.487.710 brasileiros filiados a partidos políticos atualmente. O número de vereadores é de 60.320 vagas em todo o Brasil. O total de escolhidos em outubro de 2016 serão 5.568 prefeitos + 5.568 vices + 57.958 vereadores resultando em 69.094 pessoas a exercer os cargos públicos no nível municipal.
O TSE estabeleceu uma cláusula de barreira de 10% do quociente eleitoral. O quociente eleitoral ideal se todos os eleitores da cidade de São Paulo votassem seria de 16.133 votos necessários. Abaixo disso não poderá ser eleito. Este valor pode cair em virtude dos votos nulos, brancos e dos que não votam ou só justificam. O quociente conta só os votos válidos. Se ocorrer uma quebra similar às eleições de 2012 teríamos uma cláusula de barreira de 14 mil votos (dez por cento do quociente de 140 mil). Um vereador precisará de algo em torno de 14 mil votos para ser eleito na cidade de São Paulo onde o total de vagas é de 55.
No final de 2015, o Brasil contava com 35 partidos, oito deles fundados a partir de 2011, e três destes em 2015.
Os prefeitos sairão das urnas eleitos em 2 ou 30 de outubro dependendo do número de eleitores e de eventual segundo turno com os dois mais votados. Em 2012 foram escolhidos nas urnas 57.420 vereadores. São 144.088.912 eleitores, sedo 48% de homens e 52% de mulheres.

São 5.568 municípios sendo que destes, 3188 não tem biometria, 1540 com biometria e 840 híbridos.
Os/as candidatos/as a vereador no Brasil todo somam 463.374 cidadãos para ocupar 57.958 vagas.
Os/as candidatos/as a prefeito/a são 16949 pessoas para 5568 vagas.
Os/as candidatos/as a vice são 16564 pessoas para 5568 vagas. Creio que a diferença seja por conta de impugnações e vetos por ficha suja.
Os candidatos homens são 68%. As candidatas mulheres são 32%.
Neste ano há candidatos transgêneros que não estão computados em lista própria.
Como não há mais financiamento empresarial agora quem paga a eleição são doadores individuais. Isso faz com que os ricos paguem suas próprias candidaturas. Veja o que ocorre na cidade de São Paulo. João Dória detém 700 milhões de reais como bens pessoais e está bancando a campanha sozinho dele e de todos os vereadores. É a vitória do rico comprando tudo e todos. Os gastos para ser eleito vereador em São Paulo poderão chegar a 3.226.138,77 reais autorizados pela justiça para cada um dos 1.275 candidatos. Essa é uma enxurrada de dinheiro jogado no lixo com propaganda inútil em carros, televisão e empresas. Quem ficou rico foram as agências de publicidade e as gráficas. O total será de 4 bilhões 113 milhões 326 mil e 931 reais e 75 centavos em documentos limpos sem falar em caixa dois e sonegação.
Dez graves erros que o analfabeto político comete no dia das eleições
1. Vai para a urna eletrônica sem nome, sem candidato, sem projeto e pega um papel de boca de urna ou mesmo caído ao chão. É o chamado eleitor porcão, aquele que suja o seu voto e o da cidade. Escolhe qualquer um e depois fica vomitando porcaria dizendo que tudo é lixo. Sua escolha é que é um lixo.
2. Vota em palhaços ou em candidatos sem condição. É o chamado eleitor abestado. Ri como hiena da carne podre que irá comer. Coloca no poder gente sem projeto nem perspectiva política. Pensa que tudo é piada mas a dele é de mau gosto.
3. Vota em candidatos messiânicos ou indicados por padres, pastores ou patrões. É o eleitor Chapolim. Sempre querendo um salvador. Não pensa, não olha, nem escuta. É um marionete.
4. Não vota e prefere pagar 4 reais de multa. É o anti-cidadão. Oportunista e traidor da democracia. Estraga tudo e ainda canta de galo.
5. Vota em ricos e poderosos e depois sofre repressão, miséria e opressão. É o típico eleitor torta de galinha. Vota no lobo e depois é mastigado.
6. Não acompanha a Câmara nem os debates e chega no dia 02 mais perdido que cego em tiroteio. É um completo pateta. Perdido no espaço.
7. Vota no mesmo candidato que já roubou, enganou e perdeu a eleição há quatro anos. É o eleitor amnésia. Nem sabe em quem votou e para que.
8. Vota naquele que o cabresto indicar. É o eleitor pau mandado. Alguém superior ou poderoso diz em quem ele deve votar e o bestão obedece. Vive a vida no curral eleitoral e vai para urna mugindo.
9. Vende o seu voto por quinquilharias e dentaduras. É o eleitor corrupto que permite e gera o vereador corruptor. Vai às ruas contra a corrupção mas é o maior dos corruptos.
10. Vota em um número cabalístico como se estivesse apostando na mega sena ou na loto. Não acompanha a vida da cidade e pensa que democracia é um jogo de azar. A questão é que é mesmo. E quem perde é ele. Um voto se transforma em quatro anos de mentiras e enganação. Coloca no poder aquele que nem o escuta nem tem compromisso com a verdade e a justiça social.
Dez mandamentos do eleitor consciente.
1. Gato escaldado tem medo de água fria.
Conheça o passado e a biografia do candidato a prefeito, vice, vereador e a trajetória do seu partido na defesa das causas populares.
2. Dize-me com quem andas e te direi quem és.
Descubra as alianças do partido e do candidato, a que classe social pertence, que interesse
defende, com quem está articulado.
3. Toda mentira tem perna curta.
Confronte a imagem e o discurso do candidato com a sua prática política passada e presente.
4. Em rio que tem piranha, jacaré nada de costas.
Exercite sua inteligência política votando em candidatos que defendam as causas populares e preparando-se para os dois turnos das eleições para prefeito/a, com coerência de valores e de projeto político.
5. Quem semeia vento colhe tempestades.
Analise os projetos do partido do candidato para o mandato que ele vai exercer e como ele
propõe algo novo. Suas propostas são transformadoras ou conservadoras?
6. Quem engorda o porco é o olho do dono.
Veja e analise a campanha do candidato. Seus gastos. Qual o seu slogan? Por que ele o escolheu?
7. Uma andorinha só não faz verão.
Quem e quais serão os secretários municipais e os assessores dos vereadores na Câmara Municipal? Qual o seu passado e as suas lutas em favor da real democracia e da distribuição da riqueza e do poder na cidade?
8. Aquele que não quer quando pode não pode quando quer.
Como o candidato visa atender aos anseios de participação do povo? Da sociedade civil? Das várias instituições nacionais? Quais serão os canais de participação popular no passado político do candidato?
9. Quando a esmola é muita, o santo desconfia.
As propostas do candidato são viáveis, concretas, populares ou somente promessas e mentira eleitoral?
10. Papagaio come milho, periquito leva a fama.
Até que ponto esta eleição será mais um passo no avanço da luta da classe trabalhadora e das periferias? Como este processo eleitoral ajudará na maior organização dos negros, mulheres, jovens, crianças, e a sociedade civil organizada?

*Fernando Altemeyer Jr. é professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP.

29 de setembro de 2016

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