A
ideia é continuar alimentando perfil com assuntos favoritos do usuário
Um novo site promete
proporcionar aos usuários a "imortalidade digital" usando uma espécie
de robô para analisar suas postagens.
A ideia da página,
chamada Eter9, é que esse robô passe a postar na internet por você após sua
morte.
Se sua atividade nas
redes sociais consiste em falar sobre a cantora americana Taylor Swift e
reclamar de empresas de transporte, isso significa que você pode passar a
eternidade postando sobre esses assuntos.
Também poderá
"sorrir" para postagens --algo similar ao botão curtir-- para sempre.
A rede social tem uma
página principal, que funciona como o feed de notícias do Facebook, e um
"córtex", que atua de forma parecida à de seu perfil na rede social
de Mark Zuckerberg.
Há ainda robôs
chamados "Niners". Assim, é possível manter seus níveis de
engajamento por meio de interações entre os "Niners" e seu
"espelho virtual", sem a necessidade de acionar um humano sequer.
Além disso, você pode
conhecer seu "espelho virtual" antes de morrer: o usuário controla o
nível de atividade de seu robô enquanto vivo, dando a ele a chance de postar na
rede enquanto seu "original" está off-line.
Desenvolvido pelo
português Henrique Jorge, o site já tem mais de 5.000 pessoas inscritas,
embora ainda funcione em uma versão beta.
Jorge disse à BBC
Newsbeat que, diante da entrada de novos usuários todos os dias, já planeja
deixar o sistema mais potente.
"
Estamos
tentando criar um sistema-robô, que aprenderia mais rápido com outras redes,
como o Facebook. No momento, a capacidade do Eter9 é bem pequena."
Novidade?
A ideia de criar um
perfil de rede social que capta seu comportamento e continua a postar por você
após a morte não é algo totalmente novo.
A
questão é que muitos sites que prometem vida eterna enfrentam, eles mesmos,
problemas de mortalidade.
Uma página chamada
Virtual Eternity (Eternidade Virtual), criada em 2010, permitia treinar seu
"espelho virtual" com testes de personalidade e fazer upload de voz e
fotos para ele ter sobre o que falar. Mas acabou fechado dois anos depois
–apenas 10 mil pessoas haviam se inscrito.
Não pense, porém, que
a ideia de usar a inteligência artificial nas redes sociais está longe da
realidade.
O Facebook tem três
laboratórios de inteligência artificial e, em junho passado, Mark Zuckerberg
revelou que essas divisões têm a meta de criar sistemas "que são melhores
que os humanos em relação aos nossos sentidos primários: ver, escutar
etc.".
A rede social já usa
um software de reconhecimento facial que, segundo diz, acerta em 83% das vezes.
E também anunciou ter um programa capaz de gerar imagens que humanos pensam ser
reais em 40% dos momentos. Assustador, não?
Ideia
fixa
Enquanto isso, o MIT
(Instituto de Tecnologia de Massachussets), nos Estados Unidos, está tentando
criar um software que proporcionaria aos usuários um outro tipo de
imortalidade.
Chamado eterni.me,
descreve-se da seguinte forma: "coleto seus pensamentos, histórias e
memórias, organizo tudo isso e crio um avatar inteligente que se parece com
você".
Atualmente em fase de
testes privados, esse programa já tem muito mais inscritos do que o esperado:
29 mil pessoas.
E rede social após a
morte é um assunto que continua a nos preocupar, já que o Facebook agora
permite ao usuário apontar um "herdeiro", ou seja, alguém que poderá administrar
seu perfil após sua morte. Antes, eles apenas congelavam a conta.